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A cidade de Passira

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PERFIL

Aniversário: 20 de dezembro
Fundação: 20 de dezembro de 1963
Gentílico: Passirense
Prefeito Atual: Severino Silvestre de Albuquerque - Administração 2021/2024
Unidade Federativa: Pernambuco
Padroeira da cidade: Nossa Senhora da Conceição
Localização: Agreste, microrregião Médio Capibaribe.
Área: 480 km²
Solo: Argiloso, arenoso, pedregoso e rochoso
Relevo: Suave Ondulado
Vegetação: Caatinga hipoxerófila
Ocorrência Mineral: Ferro e Titânio
Precipitação Pluviométrica - Media Anual: 720,7 milímetros
Meses Chuvosos: Abril - Junho
População: 29.131 habitantes
Altitude: 176 metros
Clima: Tropical semi-árido Bs’h

Limites Municipais:

Norte: Salgadinho (PE) e Limoeiro (PE)
Sul: Gravatá, Pombos e Bezerros
Leste: Feira Nova (PE) Glória do Goitá
Oeste: Cumaru (PE)
Distância da Capital: 77 quilômetros
Como Chegar: PE-95, PE-90 e BR-408 (via Limoeiro).

 mapa passira

 

HISTÓRIA

Passira fazia parte do município de Limoeiro e era considerado distrito deste até o ano de 1963, quando foi elevada à categoria de cidade.

O início de seu povoamento deu-se pelo fato de ser área de transição entre a zona canavieira e a região agreste, ligando as áreas de criação de gado com as dos canaviais. Desta forma alguns núcleos populacionais começaram a surgir a partir do deslocamento dos rebanhos bovinos, sendo mais tarde reforçado pela expansão algodoeira no início do século XIX aos meados do século XX. Em 20 de Dezembro de 1963, a Lei Estadual nº. 4.981 criou o município de Passira, desmembrando-o de Limoeiro.

Passira está localizada na região do agreste setentrional de Pernambuco. O nome do município em tupi-guarani quer dizer "acordar suave". O município foi criado por lei estadual do ano de 1963. Sua população é de cerca de 30.000 habitantes, metade dela mora no campo. Conhecida em Pernambuco como a terra dos bordados, Passira é uma cidade com bons atrativos para os visitantes. A cidade é acolhedora e oferece passeios relaxantes no Mirante da Serra, na Cachoeira do Tancão e no Povoado da Pedra Tapada. A Igreja de São José e a Serra de Passira são outros atrativos turísticos.

A produção de bordados mobiliza grande parte da população, principalmente as mulheres, que são organizadas em cooperativas, distribuindo o produto para todo Brasil e até para o exterior. Nos últimos anos tem crescido a prática de esporte de aventura e do turismo rural, destacando-se: as trilhas de Motocross, os passeios ciclísticos e as cavalgadas. Outro potencial do município são as águas termais - atualmente está em construção um grande spa no município.
A cidade de Passira é cheia de histórias para contar, a maioria delas criada pelos índios que habitaram a região. O município ainda conserva inúmeras lendas, mantidas oralmente através dos tempos pelos moradores locais, a exemplo dos frutos encantados da Serra da Passira, uma solidificação rochosa com 800 metros de altitude.

A cultura popular em Passira é bastante rica. A brincadeira do Cavalo Marinho é uma das principais manifestações. Há também repentistas, emboladores, capoeira e os teatros de mamulengo, geralmente presentes em festas, como a de Nossa Senhora da Conceição e de São José. Nacionalmente destacam-se os artistas Moçinha e Duda da Passira. A gastronomia é caracterizada pela fava de coco, um prato que acompanha qualquer tipo de carne e o mais servido nos refeitórios da cidade. Também se destacam, o feijão verde, a galinha de capoeira e de cabidela (ao molho pardo), o cozido e o assado de cabrito, a carne de sol e outras receitas da culinária nordestina.

Passira também tem como atividade econômica de grande peso a pecuária mista, com certa predominância da pecuária de corte. Na agricultura o forte é o milho, sendo tradicionalmente um dos maiores produtores do Estado, assim como o feijão, algodão, tomate, pimentão, fava, banana e laranja. Destaque-se que nos últimos anos o grande crescimento das culturas irrigadas de hortaliças na região de Vertente Seca.

 

SÍMBOLOS OFICIAIS

Os símbolos municipais de Passira são instituidos por leis municipais.

A Lei Municipal nº 708/2017, dispõe sobre a revitalização do Brasão e Bandeira do Município de Passira e oficializa a música para o Hino do Município na forma que indica e dá outras providências.

NOTA: Os Estudos Heráldicos e Vexilológicos e redesenho realizado no Brasão e Bandeira do município de Passira de que tratam esse anexo, foram realizados por: Joseilson Ferreira. Maiores detalhes sobre a revitalização dos símbolos oficiais do município de Passira estão descritos no anexo da referida Lei.

INTRODUÇÃO:

Brasão de armas e Bandeiras municipais são símbolos que retratam sua história e características, traduzindo através dos elementos que o compõe, sua evolução política, econômica, administrativa e cultural. Embora sua confecção deva obedecer certas normas e convenções, o que se observa, na maioria dos municípios brasileiros, são símbolos elaborados sem nenhum conhecimento, ocasionando consideráveis erros, como a ausência de elementos, formas e o posicionamento equivocado dos mesmos no seu desenho.

Criada e oficializada nos anos 80 a Bandeira de Passira, único símbolo oficial do município, exibe ao centro do seu espaço interno o Brasão de Armas, cuja oficialização está sendo regulamentada, após longos anos.

Diante desta demanda, fez-se necessário o redesenho destes símbolos, obedecendo as normas heráldicas e vexilológicas, corrigindose erros e proporcionando o seu uso de forma clara e padronizada nos diversos formatos e mídias atualmente existentes, já que, da sua arte original restauram apenas pequenos desenhos estilizados em documentos timbrados da época, cuja qualidade, compromete o seu uso, além de contribuir para que várias alterações fossem feitas ao longo dos anos, inclusive com mudanças no formato do escudo,
como se pode observar abaixo.

bandeira brasao ao longo do tempo

 

Observou-se também a ausência de documentos detalhando cada elemento utilizado no desenvolvimento da arte, e que os estudiosos chamam de ‘‘Memorial Descritivo’’. Nele se explica de forma técnica, todas as partes da figura, a partir de um vocabulário próprio e universal proporcionando sua compreensão e estudo.

Outra situação bastante comum, refere-se a Coroa Mural, cuja presença simboliza a evolução política da localidade e que muitas vezes são erroneamente substituídas por outros elementos, colocadas sem respeitar suas características originais e até mesmo esquecida, como é o caso da cidade de Passira.

Segundo as regras heráldicas a Coroa Mural do Brasão de Armas do município de Passira, será representada por uma Coroa de prata (argente) com oito torres, sendo cinco torres à vista. Destas cinco, as duas das extremidades são vistas pela metade (ameiadas), dando idéia de que suas outras metades estariam dando volta para a parte de trás. Essas são as características para representação de cidades brasileiras, diferenciando de cidade capital de estado, apenas nas cores, sendo essas, representada pela cor ouro (jalde).

Com relação a Bandeira, tendo em vista que o nome do município já se encontra representado no Listel, espaço reservado para essa informação, foi retirado o nome do município que se encontrava acima do Brasão de armas, local agora ocupado pela Coroa Mural.

Buscando resgatar a história do município de Passira, incluiu-se à destra do Listel a data 19-12-1892, referente a criação do Distrito de Passira, ainda subordinado ao município de Limoeiro com a denominação de Pedra Tapada, pela Lei Municipal nº 02, mantendo-se à sinistra, a data de elevação à categoria de município com a denominação de Passira, pela lei estadual nº 4981, de 20-12-1963, desmembrado de Limoeiro.

Com as correções e apresentação desse estudo, juntamente com a distribuição dos referidos símbolos (Bandeira e Brasão Municipal) em formato vetorizado e arquivos em alta resolução aos órgãos públicos, armazenamento em nuvens através de diversas opções e sites disponíveis, além da conscientização necessária da importância deles na representação do município de Passira, espera-se que os mesmos possam perdurar por longos anos, respeitando-se em sua reprodução as características contidas neste manual, conforme rege a sua Lei de regulamentação.

 

BRASÃO:

 brasao oficial passira

 

MEMORIAL DESCRITIVO - Brasão de Armas do município

O Brasão de armas do município de Passira está representado por um escudo polônio, cortado em dois campos, com bordas em argente (prata), encimado por uma coroa mural de oito torres, de argente (prata), das quais apenas cinco são visíveis, sendo três a vista e duas ameiadas, em perspectiva no desenho, com portas e janelas em sable (preto), identificando o brasão de domínio e classificando-o como cidade e representada na Segunda Grandeza, ou seja, sede de Comarca.

No primeiro campo de ciel (azul celeste), em chefe, uma nuvem à destra e outra à sinistra, em argente (prata). No centro do campo, posta em abismo (coração do escudo), entre capins e caatinga, vegetação predominante na região, a Serra da Passira em cendrée (cinza), símbolo que lhe vale o topônimo de Passira, com o sol em jalde (amarelo/ouro), surgindo à sinistra da mesma.

No segundo campo de argente (prata), no umbigo do escudo (entre o coração e a ponta central), em letras de sable (preta) a escrição "Acordar Suave", tradução do vocábulo Tupi Guarani para o topônio Passira. Na ponta, ou Contra- Chefe, o bordado manual de Passira, representado por um jogo americano em tecido linho de cor argente (branco), contornado em sable (preto) com bordados pintado em blau, sinople, argente e jalde (azul, verde, prata e amarelo, respectivamente), ladeado por dois capuchos de algodão ao natural.

Como suportes, à destra uma haste de milho frutada e ao natural, representando o principal cultivo da região e à sinistra um galho de algodão, frutado e ao natural, representando a principal produção agrícula do município no passado, entrecruzados em ponta, sobre os quais se sobrepõe um listel de argente (prata), com letras em blau (azul) contendo ao centro o topônimo identificador Passira e a sigla do Estado de Pernambuco, ladeada à destra, pela data 19-12-1892 que representa a criação do Distrito de Passira, ainda com a denominação de Pedra Tapada e subordinado ao município de Limoeiro pela Lei Municipal nº 2, e à sinistra 20-12-1963, data de Emancipação política do município de Passira, pela Lei Estadual nº 4981.

 

BANDEIRA:

 

bandeira oficial passira

 

A nossa bandeira é um dos símbolos mais importantes do município, estando sempre hasteada em frente às escolas, prefeitura e repartições públicas. Nela estão contidos vários símbolos que retratam um pouco a nossa vida.

O milho representa um dos principais produtos cultivados na nossa região.

O algodão outro produto agrícola de nossa região muito cultivado no passado especialmente na época em que a bandeira foi criada, ficando registrado até hoje

A serra que se destaca por ser o ponto mais alto do relevo considerado como um atraente ponto turístico.

O bordado retrata a forte cultura artesanal do município

E o registro escrito da data da Emancipação Política da cidade que é: 20/12/1963.
As cores utilizadas em nossa bandeira são especialmente o azul e o branco cores adotadas pelo município.

MEMORIAL DESCRITIVO - Bandeira Oficial do município

A bandeira do município de Passira é formada por um retângulo dividido por 20 módulos na horizontal, representados por letras e 14 módulos na vertical, representados por numerais, terciada em pala por três faixas verticais, sendo as faixas laterais em blau (azul), delimitadas da seguinte forma: faixa à esquerda do observador, junto ao mastro (tralha), do módulo A1 ao módulo A14 e módulo F1 ao módulo F14. Faixa à direita do observador (batente), delimitada do módulo O1 ao módulo O14 e módulo T1 ao módulo T14. A faixa central em argente (branco), está delimitada do módulo G1 ao módulo G14 e módulo N1 ao módulo N14, sobre a qual, repousa inteiro e ao centro do seu espaço interno o brasão de armas municipal, colorido nas suas cores originais, entre o módulo G4 ao G11 e N4 ao N11.

 

HINO:

Letra: Professor Jurandir de Barros Filho
Melodia: Everton Marinho Pinto

 

Acordar suave
É dizer Passira
Jovem município
Que progresso inspira.

Passira, teu povo unido,
desde o alvorecer,
sempre irá lutar
para melhor viver.
Há anos vividos
tu eras chamada:
Malhada do Boi
ou mesmo Malhada.

És cidade simples
mas que tens cultura.
E o teu avanço
tua gente augura.
Em mil novecentos
e sessenta e três
a emancipação
Bem viva te fez.

Os nossos distritos
progredindo estão
prova do trabalho
da nossa união.
Tua alta Serra,
que teu nome tem,
é admirada

 

És de Pernambuco
um lugar bravio,
cheio de esperança
e amor gentil.
Terra de poetas,
de boa agricultura,
onde a nossa gente
trabalha com fervura.

O nosso bordado
de grande valor,
também conhecido
no exterior.
Temos a cerâmica
de boa utilidade,
um bom patrimônio
de nossa cidade.

Passira, tua bandeira
com as cores do Brasil,
acena, bela e altaneira
para teu povo varonil.
Nossa liberdade
nunca irá faltar
se todos soubermos
nosso amor doar.

 

HINO: CLIQUE PARA OUVIR

 

ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

O município de Passira está situado no Agreste do estado de Pernambuco, mais particularmente na micro-regi ão do Médio Capibaribe, que condiciona a vegetação, as culturas e a fixação do homem ao meio.

  • Relevo e Segmentos de Solos Predominantes
    O relevo de Passira apresenta-se de forma bem variada estando, em sua porção central, inserido nas Áreas Desgastadas da Província Borborema, unidade formada por maciços altos e outeiros, com altitudes variando de 650 a 1.000 m, ou seja, superfícies onduladas com relevos residuais altos. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos.

Nas cristas residuais altas predominam os solos litólicos, nos topos e vertentes das ondulações, os solos brunos não cálcicos e nas baixas vertentes das ondulações os planossolos.

Os solos são pouco profundos e de fertilidade variando entre média e alta.

A oeste, o relevo está inserido na região dos Maciços e Serras Baixas, com relevos medianamente altos, com grandes dissecamentos. Este tipo de relevo favorece bastante a implantação de pequenas barragens.

Encontramos nessa região os seguintes tipos de solos associados ao relevo:

1. Aos topos estreitos e vertentes íngremes –solos Litóticos;
2. Às baixas vertentes –Planossolos e Podzólicos ;
3. Aos topos planos – Latossolos;
4. Aos Fundos de vales estreitos – Solos Aluviais.

A leste, ocorre a área dos contrafortes da Borborema, que são superfícies movimentadas e dissecadas, com vales estreitos de fundo chato ou não. Os solos variam de composição de acordo com seu posicionamento:

1. Nos topos e vertentes dos vales ondulados baixos – Solos Podzólicos;
2 Nos fundos de vales chatos – Solos Aluviais;
3. Nas cristas residuais – Solos litólicos.

  • Clima
    O clima é o tipo Bs’h da classificação de Köppen, árido ou semi-árido, muito quente, com chuvas no outono e inverno.

O período normal de chuva inicia-se em fevereiro/março e pode estender-se até agosto. Dados históricos de precipitação revelam uma média anual de 604,23 mm, com um máximo de 1.035,60 mm e um mínimo de 305,10 mm (Sudene,1962-1985).

As temperaturas variam, acompanhando a época das precipitações pluviométricas. A média
anual fica em torno de 24°C.

  • Vegetação
    A oeste, ocorre desde a caatinga hipoxerófila (predominante) à floresta caducifólia. Na porção central, caatinga hipoxerófila e, a leste, floresta subcaducifól ia a caducifólia. (ZANE – Zoneamento Agroecol ógico do Nordeste – EMBRAPA/2000)
  • Geologia
    O município de Passira encontra-se inserido, geologicamente, na Província Borborema, sendo constituído pelos litotipos do Complexo Salgadinho e das suítes Gabro-anortosítica e Serra de Taquaritinga, do Complexo Vertentes dos Granitóides Indiscriminados, da Suíte Intrusiva Leucocrática Peraluminosa e do Grupo Surubim-Caroalina.

 

ASPECTOS CULTURAIS

  • Folclore:

O Folclore de Passira não foge a regra dos outros municípios brasileiros. Apresenta-se de forma diversificada, caracterizando-se através da ciranda, cocos de roda, pastoril, mamulengo, cavalo-marinho, cavalhadas, etc.
Além dessas manifestações folclóricas, temos ainda as datas comemorativas nacionais, que são vevenciadas de alguma maneira. como exemplo o carnaval, o ciclo junino e as festas de fim de ano.
Contamos ainda com a tradicional festa católica em homenagem a Padroeira da cidade "Nossa Senhora da Conceiçã", a qual consegue trazer os fieis de toda a região a cada ano.
Das manifestações folclóricas acima mencionadas, as que mais pesaram em nossa cultura no passado foram o carnaval e o cavalo-marinho.

  • Origem do Carnaval:

O carnaval de nossa cidade começou há muitos anos atrás pela iniciativa da própria comunidade. A abertura do carnaval se dava no sábado de Zé Pereira e era bastante participado.
As pessoas se organizavam e encontravam orquestras de frevo. Os grupos carnavalescos reuniam-se no Grupo Escolar João Paulo Barbosa Lima Sobrinho (onde hoje funciona o fórum) e na antiga garagem da prefeitura.
Lá eles se reuniam para debater sobre as roupas e os enfeites. Suas fantasias eram todas padronizadas. os Blocos não recebiam ajuda de nenhum órgão público, eles mesmos e com a ajuda da comunidade arranjavam recursos financeiros para as despesas. Eles usavam lança-perfume, talco e serpentina.
Em época passada o carnaval de Passira era o mais animado da redondeza, porque não havia carnaval em Cumaru e Salgadinho. Aos domingos apresentavam na feira os caboclinhos de João Alfredo. Na segunda-feira tinha o famoso mela-mela. Havia também em nosso carnaval o desfile da Escola de Samba Az de Ouro, com carros alegóricos, muito bem organizado. Na quarta-feira de cinzas tinha o bacalhau na vara organizado por D. Maria de El.
Anos mais tarde o carnaval era promovido pelo Clube Palmeiras juntamente com a Prefeitura Municipal e a essa altura quem tocava o carnaval era a orquestra de frevo de nosso próprio município.

  • Origem do Cavalo-Marinho:

O Cavalo-Marinho é uma dança que faz parte do nosso folclore. para se dançar um Cavalo-Marinho é necessário um número mínimo de 12 componentes, podendo chegar a 20 ou mais pessoas, que é a quantidade ideal. Mas como no geral as pessoas que mantém o Cavalo-Marinho são de baixa renda eles procuram manter com menas pessoas e cada uma delas representa mais de um personagem com exceção dos Mateus e das Baianas porque estes não saem de cena uma vez que eles iniciam e permanecem até o final da peça, enquanto que os outros podem fazer a sua parte e retirar-se voltando a apresentar-se em outro papel.
No Cavalo-Marinho conta-se sempre uma história que pode ser mudada de acordo com as apresentações.
As estórias são desenroladas através de toadas e cantigas que são apresentadas pelas pessoas que ficam no banco.

Os personagens que compõem o Cavalo-Marinho variam também de acordo com a narrativa, mas alguns deles são figuras indispensáveis a qualquer apresentação. São eles:

  • 1. Os Mateus
  • 2. O Bastião
  • 3. O Cavaleiro
  • 4. O Boi
  • 5. A Burra
  • 6. As Baianas (que não pode ultrapassar de duas).
  • 7. Os soldados (que variam de quantidade também de acordo com o que se conta.

Em nossa cidade a 1ª apresentação de cavalo-marinho se deu no ano de 1938 por um Sr. que veio de Limoeiro chamado Antônio Cipriano. Muito tempo depois por volta dos anos 60 o Sr. Ireneu deu continuidade a cultura do cavalo-marinho.

Anos mais tarde o Sr. Augusto Ancelmo de Santana também introduziu o seu cavalo-marinho em nosso patamar cultural.
Ele começou a dançar cavalo-marinho com 08 anos de idade. O mesmo é o capitão do seu próprio cavalo-marinho.
Tanto ele quanto o seu grupo apesar de serem pessoas carentes, apresentam-se mais por amor ao que fazem, do que pelo dinheiro; uma vez que a quantia que recebem por cada apresentação realizada, é muito pouco.
Segundo seu Ancelmo o ideal seria que todos os personagens pudessem ser apresentados, mas como sobrevivem em situações precárias eles apresentam-se nos eventos apenas com os personagens básicos.
Para todo o grupo a maior felicidade que eles sentem é perceberem em uma apresentação que o público está gostando.

 

FORMAÇÃO DO POVO

  • Indígenas

A presença indígena no território do nosso município povoa o imaginário popular através de inúmeras histórias, que se conta até hoje. A maioria delas criada justamente pelos índios que habitaram a região. Como já sabemos, é da cultura indígena que surgiu o nome atual do município que em tupi-guarani quer dizer "acordar suave”.

Segundo a tradição popular, na serra da Passira, havia uma grande variedade de frutas. Qualquer pessoa podia subir a montanha e colher sem perigo às deliciosas frutas existentes no topo da serra. Mas, ao descer toda a colheita sumia, como se fosse bolhas de sabão. Os índios diziam que uma entidade misteriosa se encarregava de colocar as frutas no lugar de origem, sem ofender aqueles que as tinham roubado. A lenda hoje faz parte da cultura de Passira.

  • Negros

Os negros que habitaram e habitam até hoje nossa região, são remanescentes de quilombos formados no agreste, da fuga escrava dos engenhos da Zona da Mata. Atualmente são conhecidas quatro comunidades consideradas quilombolas no município de Passira, entre elas:

  • Chá dos Negros
  • Chã dos Lira
  • Chã dos Galdinos e
  • Riacho de Pedra

Todas localizadas em terrenos mais elevados, escolhidos estrategicamente, por uma questão de segurança, podendo enxergar ainda de longe aqueles que tentavam aproximar-se.

  • Brancos

A colonização brasileira formada pelos brancos europeus iniciou no litoral pernambucano e foi se interiorizando na medida em que o plantio da cana de açúcar ocupava toda região litorânea dificultando assim a criação do gado que precisou deslocar-se para o interior do estado.

Alguns fazendeiros se instalaram na região dando origem a presença dos brancos nesta área.

Os primeiros moradores de Passira, ainda quando Malhada foram os senhores: Antonio Soares da Silva, Antonio Barbosa da Silva, Antônio Gomes de Moura e Amaro Félix de Lima.

Anos depois o fazendeiro João Ferreira de Lima, conhecido como João de Bela, que possuía terras onde hoje se localiza a maior parte da cidade, sentiu a necessidade de vendê-las e assim o fez, iniciando-se a construção de casas e aumentando dessa forma a localidade.

 

RECURSOS HÍDRICOS

  • Águas Superficiais

O município de Passira encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe.

Seus principais tributários são: os rios Capibaribe e Cotunguba, al ém dos riachos: da Onça, Salgadinho, Limãozinho, Caçatuba, Passira, do Tamanduá, Batata, Garralão, Tapera, Maracajá e do Monteiro.

O principal corpo de acumulação é o Açude do Carrapicho. Todos os cursos d’ água no município têm regime de escoamento intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico.

  • Águas Subterrâneas

O município de Passira está totalmente inserido no Domínio Hidrogeológico Fissural.

O Domínio Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que englobam o sub-domínio rochas metamórficas constituído do Complexo Surubim-Caroalina, Complexo Vertentes, Suite Serra de Taquaritinga e do Complexo Salgadinho e o sub-domínio rochas ígneas da Suite Intrusiva Leucocrática Peraluminosa, Granitóides e da Suite Gabro-anortisítica de Passira.

 

ASPECTOS RELIGIOSOS

  • Evolução Histórica:

Em nosso município a religião predominante é a católica. Há muitos anos atrás entre 1910 e 1920 os fieis de Malhada iam para o Sítio Cutias ou Pedra tapada assistirem as missas. no Sítio Cutias eram celebradas embaixo de um pé de juá (juazeiro), colocava-se um altar na calçada do Sr Emeriano (falecido). Hoje o juazeiro também não existe mais.

O povo se deslocava a pé para estas localidades e o Pe. José Cirico se deslocava à cavalo de Limoeiro para celebrar as missas nas comunidades acima mencionadas..

A 1ª capela de Malhada foi construída em 1932 quando o Sr. João Ferreira de Lima (João de Bela) doou o terreno para a construção. os moradores se organizaram coordenados pelo Sr. Zuza Barros e construíram a capelinha. A inauguração aconteceu no dia 26 de dezembro pelo Pe. José Cirico de Britto, vigário de Limoeiro.

O 1º batismo foi de Josefa Pereira filha do Sr. Manoel Pereira de Araújo - Sítio Uzaca.

Aos 10 de fevereiro de 1938 aconteceu a primeira visita pastoral quando o Bispo da Diocese Dom Ricardo Ramos Vilela (1º Bispo de nossa Diocese) veio e ficou na residência do Sr. José de Barros e Silva .

a 1ª capela construída nas redondezas foi a de São José em Pedra tapada. Lá eram realizados missas, casamentos e batizados.

A capela de Passira foi reformada três vezes até ser demolida e construída a atual em 1985.

Passira pertencia a Paróquia de Limoeiro e passou a ser paróquia no dia 02 de setembro de 1985.

O 1º Pároco foi o Pe. João Batista Monteiro.

Gradativamente a Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi evoluindo recebendo o apoio dos seguintes administradores paroquiais:

  • - Pe. Severino Fernandes de Moura
  • - Pe. Elias Roque da Silva
  • - Pe. Aloísio da Silva Ramos

O segundo Pároco foi o Pe. José Vieira de Lemos Cavalcante, que idealizou a missa ao Pe. Cícero Romão Batista, no dia 20 de cada mês; e materializou com a elevação do monumento (estátua) na Rua da Matriz, Praça Severino Carolino.

A festa de inauguração foi no dia 26/02/1996, neste dia, veio também do Juazeiro do Norte o Pe. Murilo Francisco de Sá Barreto.

Tornou-se tradição na véspera da Festa de Nossa Senhora da Conceição (padroeira) a visita das Comunidades Rurais onde trazem seus padroeiros para noite de grande louvor.

Além da religião católica, o protestantismo predomina de forma acentuada em nosso município. A 1ª Igreja protestante foi a Batista em 1930 no Sítio araras - Passira.

Temos ainda um grupo de participantes do espiritismo. Também existe em nosso município o candomblé, o xangô e as benzedeiras.

  • Festas Religiosas - Origem / Tradição

A Festa de Nossa Senhora da Conceição é muito antiga em nosso município. Conta-se que o Sr. Joaquim de Barros começou com uma romaria em sua casa.

Ele morava nas mediações do Sítio Salgado. Depois que o Sr. Joaquim Barros faleceu o seu filho José de Barros e Silva, conhecido por Zuza Barros, passou a celebrar as novenas todos os anos em sua residência, no povoado da famíia Barros.

Isto se deu muito antes de 1932.

Com o passar do tempo sua novena foi se tornando conhecida. No início a festa era apenas a Procissão da Bandeira e um Terço. Quando havia o arrancamento da bandeira a juíza cantava junto com o povo.

"Vamos menina,
buscar a bandeira
de Nossa Senhora,
nossa Padroeira."

"Que bandeira é esta
que vamos buscar?
É Nossa Senhora,
vamos festejar."

"Arranquemos a bandeira
levemos pra dentro
senhora juíza
que está presente."

"Arranque a bandeira
senhora juíza,
cacho de bunina,
receba a bandeira,

das mãos da menina."

"Bandeira chegou,
está no altar
senhora juíza,
dobre pra guardar."

 

A 1ª imagem de Nossa Senhora da Conceição que foi trazida para Malhada pelo Sr. Zuza Barros é uma pequena escultura em madeira pintada, cuja origem é desconhecida.

Com a morte da esposa ele passou a celebrar as novenas na capelinha de Malhada, hoje Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Posteriormente as comunidades foram se organizando e realizando festas populares (católicas) que tornaram-se tradicionais em divesas localidades como:

  • - Festa de Nossa Senhora Aparecida em Olho D'Água do Figueira.
  • - Festa de Nosse Senhora das Dores no Sítio Tanque do Vieira.
  • - Festa de Santa Ana em Bengalas e Sítio Cambucá.
  • - Festa de Santo Antôno em Poço Pau.
  • - Festa de São João no Povoado de Cutias.
  • - Festa de São José em Pedra tapada e Sítio Tamanduá.
  • - Festa de São Sebastião em Cacimbinha.
  • - Festa de São Severino no Sítio Salgado.
  • - Festa de Terezinha em Candeais, etc.

Destacamos também as festas da Rua da Areia, Rua do Cemitério e do Alto da Esperança.

 

GALERIA DE FOTOS DA CIDADE

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