- Folclore:
O Folclore de Passira não foge a regra dos outros municípios brasileiros. Apresenta-se de forma diversificada, caracterizando-se através da ciranda, cocos de roda, pastoril, mamulengo, cavalo-marinho, cavalhadas, etc.
Além dessas manifestações folclóricas, temos ainda as datas comemorativas nacionais, que são vevenciadas de alguma maneira. como exemplo o carnaval, o ciclo junino e as festas de fim de ano.
Contamos ainda com a tradicional festa católica em homenagem a Padroeira da cidade "Nossa Senhora da Conceiçã", a qual consegue trazer os fieis de toda a região a cada ano.
Das manifestações folclóricas acima mencionadas, as que mais pesaram em nossa cultura no passado foram o carnaval e o cavalo-marinho.
- Origem do Carnaval:
O carnaval de nossa cidade começou há muitos anos atrás pela iniciativa da própria comunidade. A abertura do carnaval se dava no sábado de Zé Pereira e era bastante participado.
As pessoas se organizavam e encontravam orquestras de frevo. Os grupos carnavalescos reuniam-se no Grupo Escolar João Paulo Barbosa Lima Sobrinho (onde hoje funciona o fórum) e na antiga garagem da prefeitura.
Lá eles se reuniam para debater sobre as roupas e os enfeites. Suas fantasias eram todas padronizadas. os Blocos não recebiam ajuda de nenhum órgão público, eles mesmos e com a ajuda da comunidade arranjavam recursos financeiros para as despesas. Eles usavam lança-perfume, talco e serpentina.
Em época passada o carnaval de Passira era o mais animado da redondeza, porque não havia carnaval em Cumaru e Salgadinho. Aos domingos apresentavam na feira os caboclinhos de João Alfredo. Na segunda-feira tinha o famoso mela-mela. Havia também em nosso carnaval o desfile da Escola de Samba Az de Ouro, com carros alegóricos, muito bem organizado. Na quarta-feira de cinzas tinha o bacalhau na vara organizado por D. Maria de El.
Anos mais tarde o carnaval era promovido pelo Clube Palmeiras juntamente com a Prefeitura Municipal e a essa altura quem tocava o carnaval era a orquestra de frevo de nosso próprio município.
- Origem do Cavalo-Marinho:
O Cavalo-Marinho é uma dança que faz parte do nosso folclore. para se dançar um Cavalo-Marinho é necessário um número mínimo de 12 componentes, podendo chegar a 20 ou mais pessoas, que é a quantidade ideal. Mas como no geral as pessoas que mantém o Cavalo-Marinho são de baixa renda eles procuram manter com menas pessoas e cada uma delas representa mais de um personagem com exceção dos Mateus e das Baianas porque estes não saem de cena uma vez que eles iniciam e permanecem até o final da peça, enquanto que os outros podem fazer a sua parte e retirar-se voltando a apresentar-se em outro papel.
No Cavalo-Marinho conta-se sempre uma história que pode ser mudada de acordo com as apresentações.
As estórias são desenroladas através de toadas e cantigas que são apresentadas pelas pessoas que ficam no banco.
Os personagens que compõem o Cavalo-Marinho variam também de acordo com a narrativa, mas alguns deles são figuras indispensáveis a qualquer apresentação. São eles:
- 1. Os Mateus
- 2. O Bastião
- 3. O Cavaleiro
- 4. O Boi
- 5. A Burra
- 6. As Baianas (que não pode ultrapassar de duas).
- 7. Os soldados (que variam de quantidade também de acordo com o que se conta.
Em nossa cidade a 1ª apresentação de cavalo-marinho se deu no ano de 1938 por um Sr. que veio de Limoeiro chamado Antônio Cipriano. Muito tempo depois por volta dos anos 60 o Sr. Ireneu deu continuidade a cultura do cavalo-marinho.
Anos mais tarde o Sr. Augusto Ancelmo de Santana também introduziu o seu cavalo-marinho em nosso patamar cultural.
Ele começou a dançar cavalo-marinho com 08 anos de idade. O mesmo é o capitão do seu próprio cavalo-marinho.
Tanto ele quanto o seu grupo apesar de serem pessoas carentes, apresentam-se mais por amor ao que fazem, do que pelo dinheiro; uma vez que a quantia que recebem por cada apresentação realizada, é muito pouco.
Segundo seu Ancelmo o ideal seria que todos os personagens pudessem ser apresentados, mas como sobrevivem em situações precárias eles apresentam-se nos eventos apenas com os personagens básicos.
Para todo o grupo a maior felicidade que eles sentem é perceberem em uma apresentação que o público está gostando.